tag:blogger.com,1999:blog-28420110417232751432024-03-05T14:14:05.737-03:00Almaquio Bastos - PoetaNascido na véspera do futuro,
De que me adianta o brilho
Néon do engano
Se não consigo evitar a calvície
De meus sonhos?
Das cavernas,
A angústia me consome.
Da pedra lascada
À Internet,
Nada mudou.
Nos cromossomos
Somos os mesmos:
Pânico diluído nos gens.
Se a cabala fala,
O que me cala é o medo
Que meço a polegadas
No tic-tac de meus dias.POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.comBlogger232125tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-81700549202791128602019-03-12T09:17:00.001-03:002020-04-02T10:56:00.798-03:00VOLTANDO A FALAR DE SONHO
Sonho é matéria invisívelIgual carícia de ventoPode ser lembrança vividaOu coisas que invento. Quando meu coraçãoAcorda sorrindoE diz que nada aconteceuSei que está mentindo.
Sabemos que segredos revelados em sonoNem sempre são bem comportadosPreferível coração continuar mentindoDo que poeta ficar mal falado.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-4020800931595731182019-03-05T22:32:00.001-03:002019-03-05T22:44:11.562-03:00SESSENTANEIDADE
Outra vez ouvi
Os galopes dos corcéis
Em mais um fevereiro fugaz.
Lembro-me que nos fevereiros
Da minha longínqua infância
Os corcéis passavam numa Vagareza madorrenta
Trotando os dias
Em tardes sonolentas.
Agora não,
Eles passam lépidos,
E mal chegam e já os vejo
Pelas costas,
Deixando no ar uma poeira
Com cheiro de transitoriedade.
Mas estou feliz,
Aliás,POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-47246411642241048962018-12-31T07:58:00.001-02:002018-12-31T08:01:37.842-02:00BODAS DE CEDRO
As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo.
Cant. 8:7
Uma
história não se escreve
Apenas
com palavras
Às
vezes precisamos usar silêncios
Lágrimas,
angústias, dúvidas
E
uma variedade de outros materiais
Que
não cabem neste poema.
Mas
um ingrediente indispensável
Na
construção de qualquer história
Além do amor
É
o Tempo.
Tempo,
tempo, POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-41614837012386318002018-10-20T18:38:00.000-03:002018-10-20T18:38:04.079-03:00
III
Descanso minha penaEm um tinteiro vazio.Se não há escritaSilenciosa será a desdita.
Quanto aos poemasQue estavam em gestaçãoPouco importam os temas.Sem sementes, sem floração.
(Poemas Avulsos)
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-1022491829286856032018-10-20T18:37:00.000-03:002018-10-20T18:37:03.540-03:00
III
Não me acostumoCom o silêncio de inspiraçõesE a Ausência de tempestades.Quando o coração de um poeta se cala é sinal que a alma está vazia.
Prefiro a turbulênciaDos ruídos de ventos uivantesE a inquietudeVerbal das paixões alucinantes.
Poesia de calmaria(Às vezes)Assemelha-se a uma lápide fria.
(Poemas avulsos)
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-64133071672681753742018-10-20T18:35:00.002-03:002018-10-20T18:35:44.518-03:00
II
Desconheço meus limitesQuando me entrego à poesia.Agora há poucoPor poucoEu faria de uma metonímiaMeu quinhão de alegria.
Meus cabelos brancosCarregam um milhão de ideias.
No meio do nada sou nadaFazendo poesias,Mas nado de braçadaColorindo fantasias.
(Poemas avulsos)
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-21998229609356645162018-10-20T18:33:00.001-03:002018-10-20T18:33:17.510-03:00
I
Não escrevo poemas à toa.Quando escrevoFalo para outremOu talvez fale para mim,Não sei.
Agora, por exemplo,Estou pensando em você,Mas também em mim.
Hoje vi seu difuso brilhoCrepuscularE pensei, por que não homenagear?
Saiba, ó improvável lua de outubro,Meu desejo é que este poemaAtravesse a nuvem desta primaveraDe saudadesE diga-lhe que este poetaTem em si a alma encantada.
Lua POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-17977569877820974192018-10-02T07:43:00.001-03:002018-10-02T07:46:50.089-03:00INSÓLITA MENTE
Sonhos são feitos
De matérias diáfanas
Diluídas no etéreo universo
Das subjetividades.
Mistura de desejos e lembranças
Soma de sentimentos
Imensos que cabem numa fresta da mente
E mesmo pueris são intensos e não mentem.
Quando sonho
Sou passageiro do onírico
E me faço refém da fantasia
Na vivência das loucuras desejadas.
Vivo com intensidade
Todas as impossibilidades sonhadas.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-31513802608392848662018-09-05T07:07:00.002-03:002018-09-05T07:08:33.777-03:00CAMINHADA
Pés descalços
Cabelos ao vento
Ao teu lado sou Fênix,
Renasço, me reinvento.
Caminhando na areia
Sem pressa, sem desassossego,
Meus rastros escrevem poemas
Que de outra forma não escrevo.
Basta-me a suavidade
Dos sussurros da brisa do mar
Para que uma metáfora de sensualidade
Faça de mim Odisseu capaz de vencer
peripécias
Sem medo de POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-16280906826318937842018-08-30T22:59:00.003-03:002018-08-30T22:59:54.219-03:00POEMA SOBRE LONJURAS INIMAGINAVEIS
Enquanto escrevo
Voo nas asas que invento
E se
A favor estiver o vento
Cometo loucuras que sem asas
Não me atrevo.
Enquanto estou voando
Sou menino travesso
Passageiro de aventuras
Como se tivesse sonhando.
Quando a lógica sai dos trilhos
E o roteiro vira improviso
Faço prévias sem aviso
Sem amarras e empecilhos.
Totalmente dono de mim
No voo da poesia eu sou rei
Faço festaPOETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-15234032948192794292018-08-29T23:36:00.004-03:002018-08-29T23:39:23.426-03:00BANHO DE ESPUMA
Ontem a noite eu vi a lua
E ela também me viu.
Por alguns instantes
Nos olhamos em silêncio
Unidos pelo encantamento.
Então pensei:
A lua tem alma?
Como pode ser tão linda
Tão calma
Na escuridão da noite infinda?
Devagar ela se movia
Entre nuvens almofadadas
Como se fosse uma mulher nua
Se exibindo em banho de espuma.
Ah, que saudade travessa
Atravessou minha mente
Enquanto a lua POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-72281934605760938552018-08-23T22:32:00.001-03:002018-08-24T07:13:11.807-03:00POEMA IMAGINÁRIO
Faço do silêncio
Dos meus pensamentos
Um poema sem palavras.
Cheiros e sons misturados
Num texto que não se escreve com
Recursos da gramática tradicional.
Segredos guardados em enigmas
De sinapses intraduzíveis,
Metáforas que não cabem
Em versos convencionais.
Eu pensei que conseguiria
Fugir da poesia,
E acreditei em mim
Até que um fio de luz
Vazou a cortina de meus olhos
Num POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-47497861631481341872018-05-31T23:51:00.001-03:002018-06-01T09:14:44.001-03:00POETICAMENTE
Um poema
Pode não ser apenas um poema.
O poeta mente? Não.
A letra é apenas
Reflexo do que o poeta tem em mente.
É que na pele do texto
Nem sempre
Cabe todo o contexto.
Às vezes,
O poema é silêncio
Noutras é sussurros
Mas também pode ser grito.
Saiba ainda
Que a lista não é finda
E que o poema ser beijo
Que o corpo sente
Quando a saudade invade
E o coração POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-39784556572858426852018-05-25T22:42:00.003-03:002018-05-26T07:02:43.519-03:00POEMA CEM PROPÓSITOSÀs vezes
O poema acontece
De forma inesperada
Embora se espere sua chegada.
No texto
Fora do contexto
Um simples
Boa noite pronunciado
Pode conter uma centena de desejos
Não declarados.POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-30585638205985957022018-05-23T22:47:00.000-03:002018-05-23T22:50:05.124-03:00VERSOS PERVERSOS
Minha mente vagueia
Malandramente
Toda vez que tua voz me chega
Em sussurros insinuantes
Cheio de promessas de travessuras
Inquietantes.
São nessas horas incertas
De espera
Que escrevo meus versos
Mais perversos e flamejantes.
A distância entre a promessa
E o momento da festa
Pode ser de horas, minutos ou segundos
Que minha mente travessa
Atravessa meioPOETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-42779688721758191532018-05-19T23:29:00.000-03:002018-05-19T23:29:00.233-03:00Sábado, 19 de maio de 2018Noite fria
Chuva fina caindo lá fora
Gotas de promessas de flores e frutos fora da estação.
Noite fria
Chuva fina caindo lá fora
Barulhinho bom no telhado
Melodia gostosa aquecendo meu coração.
Noite fria
Chuva fina caindo lá fora
Sol no pensamento
Vontade de voar sem medo
Nas asas do vento.POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-4920911284725723012018-05-19T09:08:00.001-03:002018-05-19T09:09:36.776-03:00SILÊNCIO DE ESTRELA
És como a noite,
calada e constelada.
Teu silêncio é de
estrela, tão longinqüo e singelo.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-30072014296848023102018-05-17T22:25:00.002-03:002018-05-17T22:25:55.914-03:00FÊNIX
Assim
como a fênix
Que renasce das próprias cinzas
Após arder-se em combustão
Eu também renasço
De minhas labaredas extintas
Nas cinzas da emoção.
Basta-me um simples lampejo
Da imagem da amada
Para faiscar em meu coração adormecido
Um verso novo, inédito em desejos
Nunca esquecidos.
As brasas que me abrasam
Me
devoram
Mas
nas cinzas que sobram
Me
renovo.
Com
o passar do tempo
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-41336142911722464532018-03-28T18:12:00.002-03:002018-03-28T18:12:33.694-03:00CONSTELAÇÃO DE ÓRION
Teu
olhar e teu sorriso
Tem brilho de estrelas
Constelação
de Órion
Ao alcance de minha mão.
Como justificar
O enigma do encantamento
Quando todo o firmamento
Cabe inteiro em teu olhar?
Não tenho razoável explicação
Para essa louca sobriedade
Tento entender a lucidez da ilusão
Na fusão de mito e realidade.
És minha musa, minha obsessão
Meu Sol, minha lua, meu pomar.
Oásis de minha POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-88196325401169619322018-03-28T18:03:00.001-03:002018-03-28T18:03:29.903-03:00OBSCENIDADES POÉTICAS
Não gosto de medir palavras
Para falar de paixão.
Na construção imagética das alegorias
Quando o tema é travessuras
Vale palavra, palavrinha, palavrão.
As formalidades que nos encaixotam,
Apesar de necessárias, tolhem a liberdade
E castram o gene da criatividade.
Todavia, em toda via há contramão.
Não sou transgressor por natureza
Muito pelo contrário.
Desde cedo aprendi POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-89435139231955346232018-03-27T20:11:00.001-03:002018-03-27T20:11:53.579-03:00PERSPECTIVA
Eu poderia até
olhar
O mundo que me
cerca
Com outros olhos
Mas como seria
triste
Ver as coisas
E não enxerga-las.
Exemplo:
Teus lábios
Em sorriso
esculpido
Irradiando fulgurante
beleza
Seria apenas
Uma boca
sorrindo.
Nada mais.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-32432202443878444252018-03-24T16:48:00.003-03:002018-03-24T16:48:56.170-03:00CAÇA-PALAVRASSente-se ao meu lado
Para brincar de caça-palavras.
Coloque todas as palavras juntas sobre a mesa e depois separe uma a uma, de acordo com o sabor.
As palavras amargas, com gosto de rancor, inveja e maldizeres
São as primeiras que devem ser separadas porque contaminam o sabor das outras e devem ser exiladas.
Deixe-as trancadas na gaveta do esquecimento porque elas evocam sentimentos que POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-75039255133802846442018-03-20T14:48:00.002-03:002018-03-20T14:53:14.500-03:00SERENIDADE OUTONAL
Outonarei
Com a serenidade que o momento requer.
Hoje, último dia deste verão
Penso na fugacidade
Do ciclo das estações
Sem perder de vista
O desejo pelo fruto temporão.
Bobagem tentar antecipar
O
que é apenas possibilidade.
A vida não permite
Levar na bagagem
Fruto que ainda não se colheu.
As sementes semeadas
Somente serão "favas contadas"
Depois que muito se regou.
Neste outono
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-85775444852367574222018-03-19T10:14:00.001-03:002018-03-19T10:14:10.128-03:00ALFORJE DO APRENDIZADO
Escrevi
Com vívidas
letras
Poemas que vivi
Outros que
sonhei.
Se na mistura me
perdi
Até nisso eu
ganhei.
Caso no caminho
eu feri
Saiba que sofri
Quando soube que
fiz sofrer.
Guarde na
lembrança
Tão somente
A poesia que
escrevi em teu viver.
No alforje do aprendizado
Levo comigo muita
saudade
E a certeza da
sinceridade
Dos poemas que
vivi
E também dos que
sonhei.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2842011041723275143.post-36117461063656846832018-03-18T07:58:00.001-03:002018-03-18T07:58:10.190-03:00POEMA VEGETAL
Uma flor
Por mais simples
que seja
É um poema
vegetal.
Até pessoas
Que não gostam
de ler
Leem o poema
vegetal.
Alguns exclamam encantados:
Que lindo!
Outros dizem,
comedidamente:
Perfeito.
Há ainda aqueles
Que nada falam,
mas leem e respeitam.
Entretanto
também há
Aqueles que
sabem ler
Mas são
incapazes de perceber.
A esses, o meu
pesar.
POETA ALMÁQUIO BASTOShttp://www.blogger.com/profile/11096971722678893834noreply@blogger.com0