sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CANTO AO JARDIM DE ENIGMAS




Amo esse seu jeito de olhar
Possuído de desejos
Vitrine de fantasias esparramadas
Nas superfícies luminosas das lindas íris que se escondem
Apenas por milésimos de segundos
A cada piscar.

Amo cada palavra que escapa nua de sua boca
Em sussurros de interjeições fugidias
Formando poemas que nunca escrevi.

Amo a delicada irreverência
De seus mamilos intumescidos
Fazendo silenciosa declaração de anseios.

Amo o balé de gestos desenhados por suas mãos
Quando apertam fortemente
O travesseiro dominado e indefeso.

Amo o relevo de seu monte de Vênus
Que nada faz para ser amado
Apenas existe:
Linda escultura de veneração.

Por fim
Assim como Ulisses ao reencontrar Penélope
Amo com toda intensidade de meu fálico amor
A fêmea forma da flor
-  Belíssima orquídea -  
Nascida no vértice entre coxas
De seu encantado jardim de enigmas.


Comecei a escrever este poema em uma madrugada desta semana, quando, após ser despertado de um sonho, o poema sacudiu-me em uma lírica avalanche. Depois de indas e vindas em viagens ao mundo das ideias, hoje, 07/09/2012, finalmente a conclusão e a publicação no blog.
                                                                                                          Almáquio Bastos 


05/09/2012

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