segunda-feira, 31 de outubro de 2016

POEMA SOBRE OÁSIS E SEGREDOS





No silêncio de meus pensamentos
Vou construindo meu ideário
Solitária mente.

Em meus sonhos vividos
Num oásis que não sei explicar
Misturo realidade e fantasias 
E vivo cada momento
Como quem escreve segredos
Em Sol maior.

Em meu silêncio poético sou livre
E livre sou alado
- Solto ao vento da imaginação -
Atado à saudade,
Mas livre nos braços
Da poesia nascida sob a égide da emoção.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

RASCUNHO DE IDEIAS



Nesta noite de outubro
Em horário de verão primaveril
Aqui estou
Tentando rascunhar ideias coloridas
Nas brancas páginas de minhas elucubrações.

No escopo de mil pensamentos,
Diagramas confusos
São projetados por um  data show
Fora do meu controle e
No vai e vem de minhas inúteis tentativas
Flashes de lembranças e devaneios
Insistem em piscar
 In-ter-mi-tem-te-men-te
Me enchendo de porquês
Que não sei responder.



Como esquecer a mágica alegria
Sentida ao lambuzar minha boca
Com o sumo da amora madura
Colhida às escondidas
No canteiro das travessuras inconfessáveis?

O que dizer do sabor da uva
E sua delicada tez de vulva
tenra e túmida em sua beleza única
Que existe somente
No doce pomar de loucuras?

Como ignorar a dança das labaredas
E suas ígneas línguas
Lambendo paredes metafísicas
Na alcova do poeta no exílio?

Como não invocar o encanto
Do oásis de meus delírios,
Shangri-lá de metáforas ululantes
Fonte de êxtase e prazeres ruidosos,
Onde Sol e brisa fazem minha alforria?

Impossível esquecer
A beleza misteriosa da madrepérola
Nascida na concha de Afrodite.

Sei que na cona de Vênus
Repousa a belíssima joia de alto relevo
Hipocentro dos abalos sísmicos
Que move a humanidade
e é ali  que Zeus ocultou segredos
Indispensáveis à poesia.

Entretanto estou aqui
Preso ao desespero da busca do texto

Não fosse o poder ilimitado da imaginação
Estaria desterrado e atado ao totem da desilusão
Escravo do rito de remover ruínas  
Seria carrasco de mim mesmo
destinado ao ócio de colher os segundos
Vazados da ampulheta da solidão
E sequer as mandrágoras
Nascidas sob o cadafalso da saudade
Trariam um átimo de emoção.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

DE REPENTE, É ISTO:


Chegado o outono,
Colho frutos plantados
Em invernos longínquos
Sem perder a eufórica alegria
Das primeiras vezes no pomar.

Mais de meio século
Assistindo a cíclica sucessão das estações
Não fizeram de mim
Um espantalho de lamentações.
Sempre me surpreendo extasiado
Ao olhar a fruta e tocá-la, 
como se fosse a primeira vez.

De repente é isto:
Quedo-me, mudo de encanto,
Ao contemplar o desenho em ricos detalhes.
Sinto a textura, contexto e ternura,
Aspiro o cheiro gostoso de fruta madura
E Sugo o sabor da seiva elaborada, louca mistura.
Isso me eleva ao zênite em idílica aventura.
 Oh! meu Zeus!  

Em minha Odisséia
 Me encontro quando me perco. 

Livre da idade
Sinto-me um mancebo
Que não perdeu o prazer de empinar pipa
 ao sol de meio dia,
Que faz da farra alforria,
E da saga, poesia. 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

CANTEIRO DE MEMÓRIAS ONÍRICAS



Em meu canteiro de memórias oníricas
Plantei mudas floridas de Ciclame
E sementes de um pequeno poema insólito
Que fala de fantasias e realizações.

Como não me encantar ante a
Beleza vermelha das flores
Banhadas de raios de sol
E versos tingidos de luz?



Para mim
Amanhecer é dádiva
Quando se ouve o canto dos pássaros
Enquanto o café fumegante exala seu cheiro
Por toda a casa
Fazendo de cada expectativa poética uma certeza idílica.

Em meu oásis é assim:
Canteiros de flores e poemas
São regados por veios de águas cristalinas
Que na inocência das correntezas despretensiosas
Vão rolando seixos e desejos no perau.



sábado, 1 de outubro de 2016

CHEIRO É IGUAL TEMPERO


Cheiro é igual tempero
Iguaria que difere
Bálsamo singular
Marca registrada
Nome e sobrenome.


No verso e anverso das essências
Existe cheiro e cheiros 
mas 
também existe
o cheiro
 Aquele inconfundível
Único
Que não se mistura
E provoca enlevo
Só de lembrar.


No hemisfério empírico dos aromas
O que soma
Faz a diferença.



Ao mergulhar no universo dos sentidos
Além da magia da visão que inebria
É no tato e no olfato 
Que teço a tese do desejo
Matéria e antimatéria
De minha poesia. 

VOLTANDO A FALAR DE SONHO

Sonho é matéria invisível Igual carícia de vento Pode ser lembrança vivida Ou coisas que invento. Quando meu coração Acorda sorrindo E diz...