terça-feira, 26 de setembro de 2017

CRIA ATIVIDADE (Jeito Onã de ser)





Tenho em mente

Que minto quando omito

Tudo o que sinto

No momento em perco

meus pensamentos em ti



Na imaginação faço a festa

E se me falta a fala

É no falo que a saudade

Se manifesta.



Ilustração

http://www.interculturalnews.com.br/2016/07/qual-e-o-limite-da-imaginacao.html

sábado, 23 de setembro de 2017

PRIMAVERA 2017





Você chegou tão de mansinho

Que me pegaria de surpresa

Se não tivesse avisado que viria.



Eu aguardava sua chegada

Na esperança que viesse

Trazendo uma brisa de promessas

Para acariciar as folhas das copas das árvores

E faria renascer a euforia

Dos pássaros e borboletas

Na certeza da chegada das flores

Que amam se entregar à polinização

Sem falsos pudores.



Ontem sentei-me na varanda

Olhando perdidamente o horizonte

Certo que a avistaria rompendo nuvens

Que logo se desmanchariam em gotas de chuvas

Sobre telhados encardidos pela poeira

De um inverno com queimadas sem freios.



Não fosse o destempero das estações

Você viria sem surpresas

E eu contemplaria sua poesia

Na tradicional dança das mutações.



A data de sua chegada marcada no calendário

Cria em mim uma expectativa pueril

Saiba que poeta tem muito de menino travesso

Que vira tempo do avesso

Mas não abre mão da magia primaveril.







22/09/2017


domingo, 17 de setembro de 2017

SIMPLES ASSIM






Não escolho palavras

Elas me escolhem

Mas não vem nuas

Trazem em si a carga semântica

Que não conseguiram despir.

Às vezes chegam de chofre

Aparecem de supetão

Mas também chegam de mansinho

E ficam me abeirando

Me olhando, por exemplo,

Pelos olhos de um passarinho.

Simples assim.  



Foto de meu acervo pessoal, fotografada por mim, ontem, no final da tarde, na limeira de meu quintal



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

MEU JEITO DE TE OLHAR


Meu jeito de te olhar
Guarda mistérios
Que não posso revelar

Carrego em mim um pouco de ti
Secretamente em minha mente
Imagens imaginadas, lampejos que vi
Ao meu modo nada inocente

Mulheres sábias sabem
Que poetas tem superpoderes
E tudo que escrevem
É fruto de seus mágicos saberes.

Por isso, ao ver-te sem véus
Com a alma nua e sem medos
Não me considero um semideus
Apenas um poeta que lê segredos.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

DESENCANTO




De vez em quando
Me desencanto
E não me encontro
Em meus escritos.

Quando isso acontece
Nada do que teço floresce
E não me reconheço
Nos poemas encarcerados
Nas gavetas
Povoadas por oníricas viagens
Ao infinito de mim mesmo.

Por precaução
Recolho-me ao silêncio
Dos versos despidos de ígneas metáforas
Para que os que me leem
Mas não me veem
N
ão digam
Que não sei quem sou
Não digam que na ânsia de ser
Me perdi em mim.

VOLTANDO A FALAR DE SONHO

Sonho é matéria invisível Igual carícia de vento Pode ser lembrança vivida Ou coisas que invento. Quando meu coração Acorda sorrindo E diz...