Tuas Odisséias
Aquelas a mim segredadas
A meia voz
Quase aos sussurros
Aquelas que
Quando verbalizadas
Traziam no bojo das palavras
Os feromônios do endoidecimento
Aquelas que
Incandesceram as achas adormecidas
Na mesmice de minha lareira de metáforas descoloridas
Aquelas que
Transformam meus insossos haicais
Em versos livres das masmorras dos conceitos sociais
Aquelas
Vividas sob a batuta de Baco
E que, ao sabê-las, me fiz Priapo
Na alcova da poesia
Tuas Odisséias
Segredos de Penélope
Guardo-as junto às minhas
No meu baú de peripécias impublicáveis.
Almáquio disse que andou de mal com a poesia. Que bom que fizeram as pazes! Fazer as pazes merece um brinde a Baco, e uma taça é quase a forma desse poema. Saúde irmão! Regale-nos com sua poesia, pois que a alma dos que amam sem remorso pede. Como os boêmios pedem vinho ao taberneiro em Noite na Taverna, derrame suas peripécias poéticas em nossos copos, poeta. Deixe nossa imaginação viajar na leitura do que não está escrito e desnudar suas revelações mimetizadas.
ResponderExcluirPoesia é coisa simples. Não é privilégio de eruditos. Não é preciso carregar bagagem teórica de literatura para gostar ou desgostar. Poesia pode e deve ser sentida com o coração. A carga poética dos poemas de Almáquio é justamente isso; dispensam os predicativos intelectuais e se faz sentir. Esse Cumplicidade é bem assim. Se você conhece um pouco de mitologia, pode ordenar o sintagma para construir a imagem, se não conhece ( e não pesquisa), feche os ouvidos e ouça o ritmo. As imagens aparecerão, inevitavelmente. E, de fato, são impublicáveis.
ResponderExcluirObrigado companheiro Claudio, suas palavras servem de estímulo para que eu não desista e faça da minha relação com a poesia um crescente constante.Obrigado mais uma vez.
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