segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PoemaApimentado



Livres  como cavalos  selvagens
Meus pensamentos galopantes
Passeiam paisagens distantes.

Voyeur por natureza,
Amo garimpar palavras
Para poematizar  encantos.

Saibam os que me leem
Que poetas não são seres normais.
Tem “olhos de Lince”(*)
E asas surreais.

Empiricamente,
A poesia não mente.

Em minhas vadias viagens, repletas de miragens,
Navego nas redes sociais
Folheando, sem pressa, álbuns pessoais.

Noutro dia, sobrevoando uma praia qualquer,
Contemplei seu corpo banhado de sol:
Na textura do biquíni a sombra da imagem perfeita.
Impossível não imaginar a formosura da silhueta.

Investido de poderes poéticos
Vislumbro a musa completamente nua
Assim como, nas noites de verão, vejo a lua
Bela, cúmplice e testemunha.

No corpo da fotografia vislumbrada
Vejo Vênus e viajo na ilusão desenhada.
Nada relevo nos detalhes do lindo relevo.
Escultura difícil de explicar.

Embevecido nesse passeio virtual
Reverencio a exuberância dos belíssimos lábios:
Perfeito entalhe se orvalha de desejo
Ao pressentir a iminência do beijo.

Simples assim, por isso escrevo:
Ai de mim, poeta tupiniquim.

Que no mundo real
Faz-se um Odisseu
Que ao ouvir o canto das sereias
Endoideceu.

Ser poeta é isto:
Mestre gourmet
Que se esmera em temperar

A loucura, o encanto e o amar. 


(*) OLHOS DE LINCE.
Ter "olhos de lince" significa tem uma visão apuradíssima. No entanto, a origem desta expressão não vem da comparação com o felino, mas vem da mitologia grega.

              De acordo com a lenda, Linceu foi o piloto da expedição dos "argonautas", grupo composto por 56 heróis da mitologia grega, embarcaram no navio Argo para conquistar o Tosão de Ouro (a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo). Linceu tinha uma visão tão boa que podia ver através de paredes de pedra para verificar a existência de potenciais tesouros escondidos. Outros afirmavam também que Linceu tinha uma visão tão fantástica que conseguia ver o que acontecia no céu e no inferno. Em uma ocasião específica, conseguiu contar de uma só vez e a uma distância de mais de duzentos quilômetros, o número de barcos de uma frota de guerra que tinha saído de Cartago. Assim, quem tinha uma visão muito boa, tinha "olhos de Linceu". Posteriormente houve a confusão entre Linceu e lince, e na linguagem popular a expressão passou a ser "olhos de lince".

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