Você
chegou tão de mansinho
Que
me pegaria de surpresa
Se
não tivesse avisado que viria.
Eu
aguardava sua chegada
Na
esperança que viesse
Trazendo
uma brisa de promessas
Para
acariciar as folhas das copas das árvores
E
faria renascer a euforia
Dos
pássaros e borboletas
Na
certeza da chegada das flores
Que
amam se entregar à polinização
Sem
falsos pudores.
Ontem
sentei-me na varanda
Olhando
perdidamente o horizonte
Certo
que a avistaria rompendo nuvens
Que
logo se desmanchariam em gotas de chuvas
Sobre
telhados encardidos pela poeira
De
um inverno com queimadas sem freios.
Não
fosse o destempero das estações
Você
viria sem surpresas
E eu
contemplaria sua poesia
Na
tradicional dança das mutações.
A
data de sua chegada marcada no calendário
Cria
em mim uma expectativa pueril
Saiba
que poeta tem muito de menino travesso
Que
vira tempo do avesso
Mas
não abre mão da magia primaveril.
22/09/2017