Outra vez ouvi
Os galopes dos corcéis
Em mais um fevereiro fugaz.
Em mais um fevereiro fugaz.
Lembro-me que nos fevereiros
Da minha longínqua infância
Os corcéis passavam numa vagareza madorrenta
Trotando os dias
Em tardes sonolentas.
Agora não,
Eles passam lépidos
E mal chegam e já os vejo
Pelas costas,
Deixando no ar uma poeira
Com cheiro de transitoriedade.
Mas estou feliz,
Aliás, muito feliz, porque
Não obstante a pecha
De me tornar um sexagenário,
Cumpro com virilidade
A rotina das expectações
Da maturidade.
Hoje posso dizer
Que me encontro pleno.
Inteiro em minhas metades somadas
Como meta da idade
Na plenitude da maturidade.
Se eu me encontrasse
Comigo mesmo
Antes do momento da sobriedade
Com certeza não faria justiça
À outonal idade.
Que bom estar assim
Sem obrigações de cumprir metas
E estatísticas
Apenas para satisfação alheia.
Agora posso transitar nas limitações reais da minha hominidade
Sem o peso das cobranças
Da vil sociedade.
E livre do jugo
Julgo-me liberto da opressão
Completamente desapegado
Da farsa da perfeição.
Que delícia
É estar assim
Atado às asas de um beija-flor
E ter sobre os ombros
Apenas o peso da primavera
E a capacidade de voar
Como um condor.
Se a poesia me habilita
A uma medium/imunidade
Sinto muito pelos niilistas
Que são tristes e desdenham
Da juvenil efervescência
Possível na "terceira idade".
Julgo-me liberto da opressão
Completamente desapegado
Da farsa da perfeição.
Que delícia
É estar assim
Atado às asas de um beija-flor
E ter sobre os ombros
Apenas o peso da primavera
E a capacidade de voar
Como um condor.
Se a poesia me habilita
A uma medium/imunidade
Sinto muito pelos niilistas
Que são tristes e desdenham
Da juvenil efervescência
Possível na "terceira idade".
02/03/2019
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