Tantos mistérios há na alma do poeta
Que é difícil precisar o nó górdio
Da agonia.
Dura urdidura
Fina fissura
Densa gastura.
Quando a quero,
- e sempre a quero –
Sou o outro eu de mim mesmo.
Vou além da farsa
Fingindo o desejo
Que deveras sinto.
Quando a quero,
- e sempre a quero –
Parto do princípio
De não ter princípios.
Amo o que transcende.
Eu plural: Eus.
Quando a quero
- e sempre a quero –
Dispo-me de mim,
Sou todo nu: Pessoa.
BASTOS, Almáquio. Sob o signo de Eros. Coleção Serra das Areias, vol. 2. Academia de Letras de Aparecida de Goiânia: 2007 p. 23
Nascido na véspera do futuro, De que me adianta o brilho Néon do engano Se não consigo evitar a calvície De meus sonhos? Das cavernas, A angústia me consome. Da pedra lascada À Internet, Nada mudou. Nos cromossomos Somos os mesmos: Pânico diluído nos gens. Se a cabala fala, O que me cala é o medo Que meço a polegadas No tic-tac de meus dias.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
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