domingo, 16 de outubro de 2011

Rubem Alves, William Shakespeare e Almáquio Bastos

 
“Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro...
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas...
As primeiras, ele chupou displicentemente..............
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço...

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades...
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram.
Cobiçando seus lugares, talento e sorte.....
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos...
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos...


Quero a essência.... Minha alma tem pressa....
Sem muitas jabuticabas na bacia
Quero viver ao lado de gente humana...muito humana...
Que não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade....

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.. O tempo é algo que não volta atrás.
Por isso plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores ...

                                                                      http://pensador.uol.com.br/poemas_sobre_o_tempo/
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FRÁGIL ESSÊNCIA
Se no fátuo acontecer
da brevidade humana
encantos e desencantos se misturam
no empilhar incógnito dos dias
é no canteiro desta metafísica dualidade
onde colhem os poetas
cachos maduros de poesia.

Sabendo-se que a cada amanhecer
a todos
tudo pode acontecer,
melhor cantar a beleza do abrir de uma flor
que descrever tristezas de vidas vazias.

Somos hóspedes do tempo
- Frágil essência -
Tolice guardar amor em celeiro.
Feliz quem abraça
                              e ri
                                   e beija
                                             e ama
como se vivesse o dia derradeiro.

                             Almáquio Bastos, in Sob o Signo de Eros, p. 19
 

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