Tomo a fruta nas mãos
E, antes de descascá-la,
Quedo-me silente
Como se quisesse adiar
A prazerosa agonia da expectativa.
Finda a transe,
Vou retirando a casca
- Calma mente!-
Com alegria infante
E delicadeza de artífice
Passo a passo
Desato os nós dos finos liames
Que atam o invólucro ao fetiche
Até que os detalhes
Se descortinam nus
Feito feixes de luz.
Cumpridos os ritos da magia,
A recompensa se consuma
Quando a beleza dos gomos
Ofuscam meus olhos extasiados.
Na sequencia,
Dedico-me ao deleite
E sorvo o sumo
Dos gomos deliciosamente maduros.
Aparecida de Goiânia, 06/04/2016
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