Às vezes preciso de silêncio para me encontrar. Não raro, me
busco nas dunas de meu hemisfério interior, onde apenas se ouve o ecoar dos
pensamentos insistentes que não desistem de me acompanhar. Quando me encontro a sós, empilho grãos de
areia na palma da mão e escrevo seu nome no chão. Mas logo sopra o vento estraga
prazer e apaga seu nome que acabei de escrever. Imediatamente, inverto a
ampulheta ancorada num vão que não vi e ganho minutos de saudade na
prorrogação. Não sei o que faria se não pudesse ficar a sós comigo. Estou certo
que no epicentro do turbilhão é impossível ouvir qualquer canção. Sou adepto do
diálogo, mas não abro mão do solilóquio. Por tudo isso, no final do dia quando
é decretada minha alforria, busco o refúgio da varanda de meus devaneios. Ali eu
sou eu por inteiro, poeta despido de tudo que me amarra, artífice de minha
própria escultura, que na saudade de ser o que se deseja ser, faz do sonho a
sepultura.
Nascido na véspera do futuro, De que me adianta o brilho Néon do engano Se não consigo evitar a calvície De meus sonhos? Das cavernas, A angústia me consome. Da pedra lascada À Internet, Nada mudou. Nos cromossomos Somos os mesmos: Pânico diluído nos gens. Se a cabala fala, O que me cala é o medo Que meço a polegadas No tic-tac de meus dias.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
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