quarta-feira, 12 de outubro de 2016

DE REPENTE, É ISTO:


Chegado o outono,
Colho frutos plantados
Em invernos longínquos
Sem perder a eufórica alegria
Das primeiras vezes no pomar.

Mais de meio século
Assistindo a cíclica sucessão das estações
Não fizeram de mim
Um espantalho de lamentações.
Sempre me surpreendo extasiado
Ao olhar a fruta e tocá-la, 
como se fosse a primeira vez.

De repente é isto:
Quedo-me, mudo de encanto,
Ao contemplar o desenho em ricos detalhes.
Sinto a textura, contexto e ternura,
Aspiro o cheiro gostoso de fruta madura
E Sugo o sabor da seiva elaborada, louca mistura.
Isso me eleva ao zênite em idílica aventura.
 Oh! meu Zeus!  

Em minha Odisséia
 Me encontro quando me perco. 

Livre da idade
Sinto-me um mancebo
Que não perdeu o prazer de empinar pipa
 ao sol de meio dia,
Que faz da farra alforria,
E da saga, poesia. 

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