Chegado o outono,
Colho frutos plantados
Em invernos longínquos
Sem perder a eufórica alegria
Das primeiras vezes no pomar.
Colho frutos plantados
Em invernos longínquos
Sem perder a eufórica alegria
Das primeiras vezes no pomar.
Mais de meio século
Assistindo a cíclica sucessão das estações
Assistindo a cíclica sucessão das estações
Não fizeram de mim
Um espantalho de lamentações.
Um espantalho de lamentações.
Sempre me surpreendo extasiado
Ao olhar a fruta e tocá-la,
como se fosse a primeira vez.
De repente é isto:
Quedo-me, mudo de encanto,
Ao contemplar o desenho em ricos detalhes.
Sinto a textura, contexto e ternura,
Aspiro o cheiro gostoso de fruta madura
E Sugo o sabor da seiva elaborada, louca
mistura.
Isso me eleva ao zênite em idílica aventura.
Oh! meu
Zeus!
Em minha Odisséia
Me encontro
quando me perco.
Livre da idade
Sinto-me um mancebo
Que não perdeu o prazer de empinar pipa
ao sol de meio dia,
Que faz da farra alforria,
Que faz da farra alforria,
E da saga, poesia.
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