Minto quando digo
Que não lhe escreverei mais.
Poeta não tem palavra.
Poeta é palavra.
Depois do poema derradeiro
Sempre tem outro
Com aroma de primeiro.
Na soma dos sentimentos
Matemática mente
Se o poeta não fala o que sente.
Meus pensamentos
Não me pertencem
Quando viram poemas.
Tornam-se lúmens estelares
Que viajam errantes
Na alma dos amantes.
A quem pertence o brilho faiscante
Das estrelas se não quem o vê?
Impossível terceirizar encantamentos.
Quando digo que não lhe escreverei mais
Já estarei fazendo o que disse
Não fazer jamais.
Desejo é mais que palavras.
Poeta é homem comum,
Embora aspire ser singular.
O que o difere dos demais
São as vírgulas,
as
reticências
e os plurais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário