sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

MEU JEITO INFINITIVO DE SER



Como não amar
Os reflexos de luz esbranquiçada
Que vazam por entre folhas de parreira
Na vinha de meus devaneios
Nas noites de lua cheia?

Como não me inspirar
Quando meus olhos colhem lampejos dos teus
E na troca de olhares
Faíscas acendem em mim o fogo dos deuses
Roubado por Prometeu?

Como não me encantar
Com a moldura de teus lábios
Desenhando sorriso de deusa
E colorindo com magia
Todas as nuances possíveis de beleza?

Como não desejar 
A maciez de tua pele de pêssego
Metaforizada na textura de pétalas
Da orquídea que adorna teu corpo
De ninfa fugitiva do Olimpo?

Como não me iludir
Com os mágicos poderes da poesia
Que na festa dos feitos fantásticos
Mistura semântica, sonho e fantasia
Na consumação da alquimia?

Amar, inspirar
Encantar, desejar, iludir...
Infinitos defeitos no infinitivo.
Meu jeito tosco
De existir.

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