terça-feira, 9 de janeiro de 2018

DIALÉTICA DA CUMPLICIDADE



Quando meu olhar se perde
Ao encontrar-se com o seu
Consumam-se sinapses misteriosas
Encontro tudo onde nada se perdeu.

Homem e mulher se complementam no encaixe
Encaixe de ideias e ideais
Fendas, Falo, falas, sonhos, tudo que se ache
No ideograma de pessoas normais.

Mas não decifre todos os meus segredos
Para que sobrem mais mistérios
Pois nas sombras dos saberes
É que se desenham os enigmas dos enredos.

O que mais belo sei de você
Sei pela leitura de silêncios
Liames alinhavados
Sob a égide da cumplicidade
Soma de vontades
Que se completam nas asas
Da liberdade.

Na arte de cativar
Revelo-me pouco a pouco
Sou riacho silente de águas tranquilas
E nas profundezas vou rolando seixos no perau 
Verso por verso desnudo-me por inteiro
Revelo-me por metáforas no singular e plural.

Bem sei que não sei
Todos os saberes das possibilidades
Mas o que dessedenta
Minha sede de sabedoria
Além da empírica soma de dias à idade
É minha natural vocação para a poesia.

Se a física quântica não explica
A beleza da química dos sentidos
Palavras lavradas com silêncios traduzem
Em versos os ígneos mistérios dos desígnios.

Quando meus lábios tocam os seus
Acendem-se em mim clarões de fantasias.
De olhos fechados, mas livre de medos e véus
Leio as entrelinhas no acervo de alegorias.

É no escopo dessa fala silenciosa
Que se atam os nós da intimidade
Falar sem pronunciar palavras
É dialética de cumplicidade.

09012018

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