domingo, 18 de fevereiro de 2018

POESIA EM FORMA DE LUA


Às vezes
No meio da noite
A poesia insiste em me acordar.
Ela me cutuca
Sussurra coisas aos meus ouvidos
Puxa o edredom.
Tento ignorá-la
Me viro de lado
E finjo dormir
Mas o barulho intermitente
De goteira martelando pensamentos
Lembranças... vontades... sentimentos...
Me obriga a levantar.
Saio do quarto e anoto tudo
No celular, no computador ou
Em uma folha de papel deixada sobre a mesa para essas emergências.
Feito o registro
Volto para a cama e pego no sono
Pesadamente.
E ela, a poesia,
Volta a sua forma de lua
Imponente, mágica e linda
E passa o restante da madrugada
Espargindo seu brilho silencioso
Até o sol acordar.

P.S.
Este poema que você está lendo agora
Nasceu de parto normal
Na madrugada passada.

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