quinta-feira, 30 de agosto de 2018

POEMA SOBRE LONJURAS INIMAGINAVEIS




Enquanto escrevo
Voo nas asas que invento
E se
A favor estiver o vento
Cometo loucuras que sem asas
Não me atrevo.

Enquanto estou voando
Sou menino travesso 
Passageiro de aventuras
Como se tivesse sonhando.

Quando a lógica sai dos trilhos
E o roteiro vira improviso
Faço prévias sem aviso
Sem amarras e empecilhos. 

Totalmente dono de mim
No voo da poesia eu sou rei
Faço festa com fogo e festim
De um jeito que nem eu sei.

Sou poeta, sim senhora,
Mas também sou pessoa normal
Pênsil mastro no píncaro do andor
Âncora cravada no fundo abismal.

Se quiseres me amar assim
Sendo eu tão plural
Seja meu pomar, sejas meu jardim
Seja brisa e temporal.

Amo andar nu, completamente,
Numa praia sem censura
Sem pressa, sem medo, livremente,
Colhendo encantos, delírios e aventuras.

Sou a favor do amor livre,
Livre do assombro do espelho
Quando olhamos e vemos o que somos
Sem a maquiagem da hipocrisia
E a máscara do desespero.

Se quiseres me amar assim
Dá-me cá tua mão
E não me diga não
Se eu quiser fazer da regra
Uma exceção.


 Sou poeta, sim senhora,
E vou-me embora pra Pasárgada
Quando quiser, a qualquer hora,
Mas não vou só.

Sempre te levarei comigo
Se quiseres ser meu sol
Se quiseres ser meu abrigo
No sustenido ou no bemol.

Enquanto escrevo
Voo nas asas que invento
E se
A favor estiver o vento
Cometo loucuras que sem asas
Não me atrevo.

Quando voo,
Faço minhas as asas do condor
E viajo lonjuras inimagináveis
E se as surpresas me causarem dor
Valerá a pena pelas paisagens.


30deagostode2018

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