terça-feira, 2 de outubro de 2018

INSÓLITA MENTE






Sonhos são feitos
De matérias diáfanas
Diluídas no etéreo universo
Das subjetividades.
Mistura de desejos e lembranças
Soma de sentimentos
Imensos que cabem numa fresta da mente
E mesmo pueris são intensos e não mentem.

Quando sonho
Sou passageiro do onírico
E me faço refém da fantasia 
Na vivência das loucuras desejadas.
Vivo com intensidade
Todas as impossibilidades sonhadas.
E não consigo fugir de mim.

Na leveza incólume dos sonhos
Meus pensamentos
Se movem em avalanche
Por caminhos impensáveis
Nos (d)efeitos da sobriedade.

Em ruidoso silêncio
De minhas lúdicas emoções
Vou viajando paisagens proibidas
Fazendo vernissages
Com aquarelas coloridas
Tingindo com cores vivas
O cinza esquálido de meus dias.

Mas saibas que quando viajo
Não vou só
Sempre levo teus olhos comigo
Para que vejam tudo que vejo
Quando estou contigo.

Ah, esses loucos desvarios
Construídos com rico enredo
De travessuras inconfessáveis,
Matéria prima de poemas sem medo
Da saudade de delícias memoráveis.

 __Poeta, você é mesmo incorrigível,
Digo ao que me vê
Quando olho o espelho. 

Mas,

Que culpa tenho eu,
Simples poeta plebeu,
Se meus sonhos mais comuns
Tornam-se tema de poesia
E se até meus pensamentos impensáveis
Transformam-se em insólita borboleta
Que pousa na aba do meu chapéu?



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