terça-feira, 20 de julho de 2010

SONETO EM SOL MAIOR



Acordado pelas lembranças no meio da noite,
Ouço os gonzos do desejo ranger sua agonia.
Sem piedade, pensamentos fustigam açoites
Que me fazem ansiar pelo nascer do dia.


Sei que o amanhecer me servirá no desjejum
Um réstia de sol pelo vão do telhado
E, mais tarde, o rei sol, que nos é comum,
Vestirá seu corpo nu com real manto dourado.


À nesga de sol, esparramada sobre a mesa,
Revelarei um pedido, no mínimo inusitado:
Sol, longe dorme, pomposa, minha musa.


Acorde-a com seu brilho e beijos de quem a deseja.
Mostre que esse poeta, pelo nó da distância atado,
Envia-lhe no calor da manhã sua saudade andeja.


BASTOS, Almáquio. Sob o Signo de Eros, Goiânia: 2007 p. 63

Um comentário:

VOLTANDO A FALAR DE SONHO

Sonho é matéria invisível Igual carícia de vento Pode ser lembrança vivida Ou coisas que invento. Quando meu coração Acorda sorrindo E diz...