segunda-feira, 14 de março de 2016

CÂNTICO AO ENLEVO



Na ponta do trovão andei
recolhendo o sal no rosto
            e do oceano, na boca,
o coração de vendaval
eu vi o estrondor até o zênite,
morder o céu e cuspi-lo.
 Pablo Neruda

                             

Não é à toa que me inspiras.
Desde o antes,
Todos os iluminados
Quedam-se ante tua beleza.

Na soma dos esforços,
Poeta tupiniquim que sou,
Pouco me custa me encantar.
Desejo-te como quem anseia
Andar descalço sobre nuvens,
Só para ver-te, inteiramente nua,
Fazendo acordes em sol maior,
Nos píncaros do zênite.

Ao ver-te despida, me entrego por inteiro
À  arte de encantar.

Teu corpo feito de sílabas e versos,
Estrofe a estrofe,
Sintetizam a magia do oásis
Feito de metáforas com intenções metalinguísticas.
E como eu amo a magia decantada da contemplação!

Amo, amo, amo.
Amo intensamente sentir o romantismo agônico
Oriundo do arfar orgástico de teus “suspiros poéticos e saudades”,
Saudade que não é só tua,
Porque antes de ver-te,
Nua,
Mimetizada no arco íris de minha imaginação,
Eu já a desejava, doce poesia. 




(Dia 14 de março, dia da poesia.Ode a ela!)

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