Amanheceu em meu quintal
E hoje é sábado de sol sem plantão,
Dia de folga.
Que maravilha!
Devagar a luz dourada vai
tingindo de brilho
As folhas das
plantas
E percebo
um tenro broto de orquídea
Rompendo em promessa de beleza abraçada ao tronco do abacateiro.
Do outro lado, a alegria dos
pássaros
Fazendo algazarra,
No pejado limoeiro
Ou nos galhos de romã,
Roubam minha atenção.
Com uma xícara de
café quentinho na mão,
Vou até a
hortinha, ao lado do canil,
Onde o viçoso alecrim
Onde o viçoso alecrim
Exala um aroma de
bom dia,
Difícil de
explicar.
Amanheceu em meu
quintal,
Sobre as plantas e animais
E é sábado,
Véspera de
domingo.
Isso me faz
lembrar os domingos de minha infância,
Na casa de meus
pais,
Único dia da
semana
Em que comíamos
frango
Ao molho de
açafrão
Feito por minha
mãe.
A lembrança daqueles
sábados e domingos
Surgiu num átimo de tempo, de repente,
Como um eco
emergido de um passado distante
Esquecido naqueles quintais de minha infância.
Talvez amanhã, num outro sábado qualquer,
Eu vá me lembrar de
hoje, desta manhã de poesia e reflexão.
Se por alguma
razão eu não puder me lembrar,
Pode ser que
alguém se lembre por mim
Ou se lembre de mim,
E a saudade surja
sem explicação,
Como o aroma de
alecrim.
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