sábado, 2 de julho de 2016

AROMA DE ALECRIM




Amanheceu em meu quintal
E hoje é sábado de sol sem plantão,
Dia de folga.
Que maravilha!

Devagar a luz dourada vai tingindo de brilho
As folhas das plantas
E percebo um tenro broto de orquídea
Rompendo em promessa de beleza abraçada ao tronco do abacateiro.


Do outro lado, a alegria dos pássaros
Fazendo algazarra, 
No pejado limoeiro
Ou  nos galhos de romã,
Roubam minha atenção. 

Com uma xícara de café quentinho na mão,
Vou até a hortinha, ao lado do canil, 
Onde o viçoso alecrim
Exala um aroma de bom dia,
Difícil de explicar.

Amanheceu em meu quintal, 
Sobre as plantas e animais
E é sábado,
Véspera de domingo.

Isso me faz lembrar os domingos de minha infância,
Na casa de meus pais,
Único dia da semana
Em que comíamos frango
Ao molho de açafrão
Feito por minha mãe.

A lembrança daqueles sábados e domingos
Surgiu num átimo de tempo, de repente, 
Como um eco emergido de um passado distante
Esquecido naqueles quintais de minha infância.

Talvez amanhã, num outro sábado qualquer,
Eu vá me lembrar de hoje, desta manhã de poesia e reflexão.

Se por alguma razão eu não puder me lembrar,
Pode ser que alguém se lembre por mim
Ou se lembre de mim,
E a saudade surja sem explicação,
Como o aroma de alecrim.   

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