É noite.
Desliguei a luz.
E agora, o que
faço para desligar-me
Se o interruptor
do sono deu pane?
O Eco do tic-tac em
meu relógio imaginário
Não me deixa ser
digital
E, no escuro,
sinto a noite gotejando
Longos minutos sobre minha cabeça inquieta.
O que fazer com essa
multidão
De pensamentos
marchando em volta de minha cama?
Fosse fácil fazer
mágica,
Ligaria a luz e,
num ato
( zupt!)
Tudo estaria em
silencio novamente.
Mas as coisas não
são simples assim
Quando a vertente
de ideias
Não respeita os
limites ideais
E o exército
ruidoso não desiste
Enquanto a mente,
em ebulição, insiste.
Não me viesse este
texto, assim, tão avalanche,
Eu apenas viraria
de lado
E ficaria
quietinho,
De olhos fechados,
Esperando o tropel
passar.
Mas, vencido pela
sequencia monótona
Da ampulheta
metafísica,
Exito apenas entre pegar papel e caneta
Ou ir para o
computador.
Só não posso
perder tempo
Porque os versos
já prontos, de memória,
São voláteis e
precisam se materializar.
Há pessoas que, às
vezes, me perguntam
O que me inspira
ao escrever um poema.
Poesia é ato
empírico.
O poema nem sempre
é resultado
De inspiração,
beleza ou calmaria.
Não poucos resultam da transpiração, batalha, dor e agonia.
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