sábado, 9 de julho de 2016

INSONIA




É noite.
Desliguei a luz.
E agora, o que faço para desligar-me
Se o interruptor do sono deu pane?

O Eco do tic-tac em meu relógio imaginário
Não me deixa ser digital
E, no escuro, sinto a noite gotejando
 Longos minutos sobre minha cabeça inquieta.

O que fazer com essa multidão
De pensamentos marchando em volta de minha cama?
Fosse fácil fazer mágica,
Ligaria a luz e, num ato
( zupt!)
Tudo estaria em silencio novamente.

Mas as coisas não são simples assim
Quando a vertente de ideias
Não respeita os limites ideais
E o exército ruidoso não desiste
Enquanto a mente, em ebulição, insiste.

Não me viesse este texto, assim, tão avalanche,
Eu apenas viraria de lado
E ficaria quietinho,
De olhos fechados,
Esperando o tropel passar.

Mas, vencido pela sequencia monótona
Da ampulheta metafísica,
Exito apenas  entre pegar papel e caneta
Ou ir para o computador.
Só não posso perder tempo
Porque os versos já prontos, de memória,
São voláteis e precisam se materializar.

Há pessoas que, às vezes, me perguntam
O que me inspira ao escrever um poema.

Poesia é ato empírico.
O poema nem sempre é resultado
De inspiração, beleza ou calmaria.
 Não poucos resultam da transpiração, batalha,  dor e agonia. 

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