domingo, 29 de janeiro de 2017

DO OFÍCIO DE POETIZAR



Dias atrás, fiquei de mal com a poesia.
Prometi para mim mesmo:
Metapoema nunca mais.

Outrora também prometi
Não mais fazer odes aos prazeres,
Não viajar em insanos delírios
Não falar dos Licores da carne*.

Como não sou rei
Dei minha palavra
E voltei atrás.

O ofício de poetizar
É muito mais do que o ato de escrever.
Antes de tudo, a sensibilidade
Verve do sentir ou perceber.

Sei que mesma lente que foca a beleza
E todas as nuances da alegria
Também é capaz de fotografar a tristeza
E todas as faces da agonia.

Não é difícil olhar o horizonte
E ver nuvens negras em alto mar
No meio da névoa o barqueiro Caronte
E as almas do inferno a prantear.

Não é fácil o ofício da poesia
Bom seria viver para cantar
Tecer odes para a musa todo dia
Sem os agouros dos dias vislumbrar.

Por isso meu desterro é meu oásis
Lá tenho por arma minha lira
Meu canto não é pranto
E a evocação à musa me inspira. 

*LICORES DA CARNE, Galli Ubirajara. http://www.ubebr.com.br/post/atuais/ubirajara-galli


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