quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ODISSÉIA TUPINIQUIM


A urgência dos dias
É fato incontestável
A cada nascer do sol
A ampulheta, relógio do tempo,
Obriga-nos a colher
Abrolhos ou ambrosias,
Mas nem sempre é possível escolher.

Assim sendo, mal concluo um poema,
Já pergunto para mim mesmo:
Quando será o próximo?
É como se a realidade
Fosse fardo
E a poesia, liberdade.

Viver sob os desígnios do dever
É vaticínio difícil de suportar.
Por isso fujo
Seja nos braços de Morfeu
Ou embriagado de metáforas
Na saga de Odisseu.

Quero o calor do
Corpo de Penélope
E para isso meu arco
Vou retesar.
Sou refém do encantamento
Sei singrar mares bravios
Mas amo ancorar.

Se a musa me espera,
Nada me desespera.
Enfrento tempestades, furacões
E venço o mar.
Para mim, a poesia não faria sentido
Se eu não pudesse me encantar.

Sou ambíguo, sei, mas sou valente.
Amo o porto mas amo o mar.
Transito com leveza entre o real o imaginário
Colhendo flor de concreto em orquidário.
Na minha Odisséia
De poeta Chinfrim
Retornar a Ítaca
É meu desejo maior.

Lá não sou amigo do rei
Porque Eu sou o rei
E tenho a mulher dos sonhos
Na cama que escolherei.

Então reconhecerei 
O corpo de Penélope
Pela beleza da flor
E o sabor do tempero.
Por isso o encantamento com a musa
Que me faz paranormal.
Sem deixar de ser homem comum
Ela faz de mim ser transcendental.



 

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