Desvendei seus
segredos
Quando abri as
cortinas de seus olhos
E vi fótons de brilho
sapeca
Iluminando o seu
olhar.
Também vi quando seus
lábios silenciosos
Desenhados em
vermelho carmim
Respondiam “não”, querendo
dizer “sim”
Mas aí já era tarde,
Ainda que debalde
você
Desviasse o olhar.
Com delicadeza acariciei
seus cabelos
E aproximei minha boca
Bem rente aos seus
ouvidos,
E então sussurrei baixinho,
Com voz grave e
pausada, declarei minha petição:
Oh! Doce pomar de loucuras,
Deixe-me sugar o sabor de suas amoras maduras.
Ato contínuo
Senti que seu corpo
De leve estremeceu
Num pequeno abalo
sísmico
Que atingiu o meu.
Seus lábios carmim se
moveram
Com encanto de
escultura viva
E verbalizaram
baixinho
Mo-no-si-la-bi-ca-men-te:
“Não”,
(Como se me contassem
um segredo)
Mas seus pelos
arrepiados
Diziam-me que você
estava mentindo.
Abracei-a por trás,
Contemplando sua nuca
Lindamente desenhada
E novamente
sussurrei:
Quero passear com
minha boca
Em seu jardim secreto
E feito um colibri
embevecido
Quero semear mil
beijos
No canteiro de suas
pétalas orvalhadas.
Quero provar o ardor
e a doçura
Da fruta madura
Linda textura
aveludada
Em seus gomos
intumescidos.
Não houve resposta,
Não houve palavra.
Apenas uma lira ecoava
ao longe.
Como em um sonho que
se sonha acordado
Verso e vício se
fundiram na minha imaginação
E silente viajei na lírica
fantasia.
Meus pensamentos
transformados em letras
São pássaros de
arribação
Depois de alinhavados
em versos
Voam livres
Levando meu coração.
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