sexta-feira, 3 de março de 2017

POEMA SOBRE A ARTE DO DESEJO


Quero teus olhos
Mirando meus olhos
Tua boca roçando minha boca
E nesse querer sem freios
Quero-te inteira, sem rodeios.

Assim como Neruda,
Quero também o teu riso.
Mágica volúpia que me incendeia.
Você inteira, sorrindo, é tudo que preciso.


Quando conjugo o verbo querer,
Independentemente do tempo e modo verbal,
Pífio torna-se o ato de escrever
Em face da essência do desejo real.

Sou poeta afeito a epopeicas fantasias,
Ávido por navegar em insanos devaneios.
Na vida real, a loucura da poesia.
Nos desvarios, a memória dos arreios.

Por isso esse desejo inquietante
De escrever versos sobre a arte de desejar.
Seja sob as rédeas da lida extenuante,
Seja nas asas da magia, privilégio de quem sabe voar.

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