quinta-feira, 30 de março de 2017

PORQUE ESCREVO



Escrevo não porque seja obrigado a escrever
Não há lei que tipifique arte como obrigação
Escrevo porque só assim
Viajo além de mim
E quando me distancio
Mais me aproximo
Da certeza do que sou

Ofício poético não é fácil
Como pode alguém supor
Há a gestação do texto
Cujo embrião nasce do contexto
Há também o cuidadoso lapidar

A escolha de cada palavra
Assemelha-se à de joias
Preciosidade impar
Seja plural ou singular

Entretanto sei que minha lavra
 Sempre será poema multifacetado
Dividido entre o possível e o desejado

Mesmo assim escrevo porque a poesia
Existe aquém e além do texto
E o versejar é apenas um pretexto

O poema nasce
Na imaginação
E navega livre nas águas das vontades
Ainda que encalhe
Nos arrecifes das impossibilidades

Pequeno Poeta que sou
Bem sei o meu lugar

Mas nem por isso deixarei de poemar. 

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