Escrevo não porque
seja obrigado a escrever
Não há lei que
tipifique arte como obrigação
Escrevo porque só
assim
Viajo além de mim
E quando me distancio
Mais me aproximo
Da certeza do que sou
Ofício poético não é
fácil
Como pode alguém supor
Há a gestação do
texto
Cujo embrião nasce do
contexto
Há também o cuidadoso
lapidar
A escolha de cada
palavra
Assemelha-se à de joias
Preciosidade impar
Seja plural ou
singular
Entretanto sei que
minha lavra
Sempre será poema multifacetado
Dividido entre o
possível e o desejado
Mesmo assim escrevo
porque a poesia
Existe aquém e além
do texto
E o versejar é apenas
um pretexto
O poema nasce
Na imaginação
E navega livre nas
águas das vontades
Ainda que encalhe
Nos arrecifes das
impossibilidades
Pequeno Poeta que sou
Bem sei o meu lugar
Mas nem por isso
deixarei de poemar.
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