quarta-feira, 31 de maio de 2017

JANELA DA FOTOGRAFIA




A musa não imagina
O tamanho de minha alegria
Quando meus olhos flagram
Sua beleza iluminada de lua
No corpo da fotografia.

Soubesse ela a dimensão
De meu louco encantamento
Mais e mais vezes se mostraria
Seja vestida de sol, de lua, ou nua no pensamento.

O brilho do olhar
A delicadeza da tez
A boca cuidadosamente desenhada
Pintura de beleza que realidade se fez.

No jardim de meus pecados
Uma moldura de folhas da parreira
Não serve de barreira
Para separar o poeta da uva desejada.

Vencido pelo desejo e ilusão
Vou tocando a foto devagar
Acaricio com cautela a pele das folhas
Bem de leve, para Eva não se assustar.

Ajudado pelos deuses da mitologia
Pela janela da fotografia vou entrando
Não há mistério, só magia
E mais próximo do monte de Vênus vou ficando

De repente, como se fosse normal
Meu corpo atravessa inteiro a fotografia
Como se fosse o vão de uma janela abismal
Onde Eva musa sorri inocente exalando poesia.

Sem dizer palavra ela me pega pela mão
E sai a me mostrar o jardim e seu pomar
E eu, paralisado de êxtase e emoção
Nada digo e a sigo com o falo a latejar.     

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