Parti,
sim parti,
Mas não fui sozinho.
Para o exílio levei comigo
Meu coração vazio de poesia.
Não poucas vezes
Fui ao pomar de loucuras
A sua procura.
Em vão meus pés
Trilharam nos vãos das ilusões
E sem alcançar a magia do seu olhar,
Desistiram
de procurar.
Na despedida eu disse:
Hoje não escreverei nada.
Não há nenhum poema em gestação
Em meu coração.
No pomar vazio de você
Não havia a doçura de outrora.
Os frutos, antes tenros e dulcíssimos
Guardavam, agora, sumos amaríssimos.
Sem o sol a iluminar o pomar
Pouco vale a luz do luar.
Sem a beleza da flor de verão
No pomar das ilusões,
Sequer vinga frutos temporões.
Parti, sim parti,
Mas não fui sozinho.
Na bagagem das lembranças,
meu coração em desalinho.
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