Hoje não escreverei
nada.
Não há nenhum
poema
Em gestação em meu
coração.
Por ora, apenas
recolherei
Palavras que ficaram
Espalhadas em
desalinho.
Alguns adjetivos
florescidos no verão passado,
Os quais tanto me
inebriaram de poesia
E agora parecem não
fazer sentido.
Também guardarei em
caixas lacradas
Restos de metáforas
que me sorriam ambiguidades
Pelo simples prazer
de provocar felicidades.
Guardarei ainda
alguns verbos
Encarregados de
desenhar ações
Sonhadas em
pretéritas ilusões.
Se algum dia, do
desterro, eu retornar
Pode ser que meu
desassossego
Me instigue,
novamente, a versejar.
Mas se amanhã,
quando o sol raiar,
Um novo verso meu te
fizer sorrir
É porque eu desisti
de partir.
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