sábado, 20 de outubro de 2018

III

Descanso minha pena
Em um tinteiro vazio.
Se não há escrita
Silenciosa será a desdita.
Quanto aos poemas
Que estavam em gestação
Pouco importam os temas.
Sem sementes, sem floração.

III

Não me acostumo
Com o silêncio de inspirações
E a Ausência de tempestades.
Quando o coração de um poeta se cala é sinal que a alma está vazia.
Prefiro a turbulência
Dos ruídos de ventos uivantes
E a inquietude
Verbal das paixões alucinantes.
Poesia de calmaria
(Às vezes)
Assemelha-se a uma lápide fria.



II

Desconheço meus limites
Quando me entrego à poesia.
Agora há pouco
Por pouco
Eu faria de uma metonímia
Meu quinhão de alegria.
Meus cabelos brancos
Carregam um milhão de ideias.
No meio do nada sou nada
Fazendo poesias,
Mas nado de braçada
Colorindo fantasias.



POEMAS AVULSOS

I

Não escrevo poemas à toa.
Quando escrevo
Falo para outrem
Ou talvez fale para mim,
Não sei.
Agora, por exemplo,
Estou pensando em você,
Mas também em mim.

Hoje vi seu difuso brilho
Crepuscular
E pensei, por que não homenagear?
Saiba, ó improvável lua de outubro,
Meu desejo é que este poema
Atravesse a nuvem desta primavera
De saudades
E diga-lhe que este poeta
Tem em si a alma encantada.
Lua ó lua!
Meu maior desejo
E ver você inteira mente nua.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

INSÓLITA MENTE






Sonhos são feitos
De matérias diáfanas
Diluídas no etéreo universo
Das subjetividades.
Mistura de desejos e lembranças
Soma de sentimentos
Imensos que cabem numa fresta da mente
E mesmo pueris são intensos e não mentem.

Quando sonho
Sou passageiro do onírico
E me faço refém da fantasia 
Na vivência das loucuras desejadas.
Vivo com intensidade
Todas as impossibilidades sonhadas.
E não consigo fugir de mim.

Na leveza incólume dos sonhos
Meus pensamentos
Se movem em avalanche
Por caminhos impensáveis
Nos (d)efeitos da sobriedade.

Em ruidoso silêncio
De minhas lúdicas emoções
Vou viajando paisagens proibidas
Fazendo vernissages
Com aquarelas coloridas
Tingindo com cores vivas
O cinza esquálido de meus dias.

Mas saibas que quando viajo
Não vou só
Sempre levo teus olhos comigo
Para que vejam tudo que vejo
Quando estou contigo.

Ah, esses loucos desvarios
Construídos com rico enredo
De travessuras inconfessáveis,
Matéria prima de poemas sem medo
Da saudade de delícias memoráveis.

 __Poeta, você é mesmo incorrigível,
Digo ao que me vê
Quando olho o espelho. 

Mas,

Que culpa tenho eu,
Simples poeta plebeu,
Se meus sonhos mais comuns
Tornam-se tema de poesia
E se até meus pensamentos impensáveis
Transformam-se em insólita borboleta
Que pousa na aba do meu chapéu?



A CAMINHO DE ONDE?

De maneira simplista, geralmente, pensamos em caminho referindo a distância, a espaço percorrido ou a percorrer. Sabemos que o horizonte ne...